2 de março de 2010

Síndrome de Peter-Pan

Quando somos pequenos sempre queremos ficar adultos logo e fazer as coisas do nosso jeito em pedir nada para os pais. Queremos ver TV até tarde, poder sair sozinha, voltar depois das 18:00, e poder namorar também. Apesar de tudo, adoramos quando nossa mãe vem dar beijinho de boa noite e apagar a luz do nosso quarto ou quando ela cuida da gente quando estamos dodói. Eu particularmente adorava brincar de que era atriz de novela mexicana com as minhas amiguinhas. [ficavámos a tarde toda aprontando em casa]. Sempre assistia sessão da tarde, comendo biscoitos e balas deixando o dedo todo melado de açúcar. Vivíamos aprontando, não arrumávamos a casa na hora que devíamos, mas sempre corríamos para ajeitar a bagunça e parecer que tínhamos arrumado a casa antes de minha mãe chegar. Era quase uma operacão de limpeza do FBI, só não podia olhar dentro dos armários.

Mas então, quando nós crescemos, toda essa mágica acaba, ganhamos responsabilidades, obrigações, e temos que apagar a luz do nosso quarto à noite e o pior, temos que arrumá-lo também. Entrar numa faculdade é uma das várias obrigações de um jovem quase adulto, arrumar um emprego e começar a se virar sozinho também. Eu não tenho vergonha de assumir que tenho a síndrome de Peter Pan. Gostaria sim de voltar a ser criança, com preocupações pequenas como fazer peças teatrais na escola, tirar notas boas (o que não é difícil quando se estuda artes, estudos sociais e português básico) ou arrumar a casa pra não apanhar.