Queria poder gritar para o mundo a minha dor, mas ele não vai conseguir tirá-la de mim, nem mesmo me fazer entender porque a vida é assim: porque tudo mudou de cor, de nome e de significado. Eu não consigo compreender. O MEU MUNDO é diferente. Às vezes, me sinto fraca e passiva ao perceber que o meu mundo está sendo invádido pela frieza e superficialidade desse mundo que se formou. E você que tem os olhos abertos e ouvidos aguçados para tudo que acontece ao seu redor, sabe do que estou falando.
Queria que tudo fosse menos ilusão e mais certeza, menos aparência e mais conteúdo, menos sonhos e mais realidade. Assumo minha fragilidade. Tento disfarçar, mas nem sempre sou bem sucedida. Às vezes, a máscara com aquele enorme sorriso escorrega do meu rosto e se desfaz quando toca o chão. Sei muito bem o que é sorrir com vontade, por isso falo com convicção que, nos últimos dias, esse prazer foi tirado de mim.
Estou conhecendo um sentimento que nunca conheci. Uma sensação que jamais senti. Uma moeda de dois lados, o bom e o ruim, e tenho experimentado as consequências de ambos. Queria poder gritar para o mundo a minha dor, mas não posso. Guardo as lágrimas comigo e só consigo tirá-las de mim quando começam a me sufocar, assim como estou me sentindo agora. Atualmente, quem é muito "coração" é, consequentemente, mais vulnerável.
É o preço que pago por viver em um mundo tão diferente daquele que um dia acreditei e sonhei habitar.
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